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Metrô de Fortaleza será entregue em 2011

outubro 29, 2009

No final de setembro, o Tribunal de Contas da União divulgou relatório no qual recomendava a paralisação, por conta de irregularidades, de diversas obras que recebiam recursos federais, dentras as quais a construção do metrô de Fortaleza; a medida do TCU causou uma interrupção temporária nas obras, para discussão dos pontos levantados no relatório.

Ontem, o presidente da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor), Rômulo Fortes, informou que, apesar das recomendações do TCU, as obras de construção do Metrô de Fortaleza vão continuar e serão entregues dentro do prazo previsto, ou seja, julho de 2011.

Segundo o representante do Metrofor, a Linha Sul do metrô, que está em estágio mais avançado, conta já com aproximadamente 56% das obras concluídas. “As estações mais adiantadas são as subterrâneas, exceto José de Alencar (antiga Lagoinha) e Central Xico da Silva (novo nome da João Felipe). Todas as estações estão com obras em andamento e ritmo acelerado; as estações de superfície, por serem menos complexas, conseguem avançar mais rapidamente”.

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Na última semana, nos trechos que ligam cada uma das 20 estações do Metrô, serviços diversos foram executados, desde os estruturais, como arrastamento de estacas de concreto, escavação e rebaixamento de lençol freático, até os de acabamento, como chapisco, reboco e instalação de dutos de eletricidade e interruptores.

Atualmente, cerca de 900 funcionários do consórcio trabalham nas obras do Metrô de Fortaleza. A previsão do Governo do Estado é de que esse número chegue a 2.300 em fevereiro do próximo ano.

A conclusão do metrô é objetivo prioritário do Governo, tanto para impulsionar ainda mais o turismo, como para aliviar as dificuldades dos moradores locais com o desorganizado trânsito de Fortaleza.

Hoteis de Fortaleza lotados na alta temporada

outubro 21, 2009

Dados divulgados pela Associação de Hoteis do Ceará (ABIH-CE) mostram que, na próxima alta temporada (dezembro de 2009 a janeiro de 2010), os hoteis de Fortaleza deverão bater recordes de ocupação.

É essa a tendência mostrada pelas estatísticas. Em janeiro de 2008, a ocupação média de todos os hoteis e pousadas foi 81,08%; em janeiro de 2009, a cifra atingiu 88,32%; mantida a tendência, espera-se ocupação, em janeiro de 2010, superior a 90%. E as médias anuais sustentam essa previsão: ao longo de 2008, a ocupação média foi 63%, e no acumulado de 2009, a medida está próxima de 67%.

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Foto: Ministério do Turismo.

O crescimento do turismo em Fortaleza (que também é observado nas principais cidades do Nordeste, como Natal, Recife, João Pessoa e Maceió – veja mais informações sobre os recordes do turismo em 2009) deve-se ao fato de que os brasileiros estão viajando muito mais pelo Brasil. Campanhas do Governo Federal, promoções de agências de viagem e empresas aéreas, o aumento de renda das classes mais baixas (que preferem viajar pelo país a ir ao exterior) são fatores que explicam esse impulso dos brasileiros.

Esse crescimento traz um problema aos hoteis e outros segmentos turísticos: a busca por mão-de-obra qualificada. Os estabelecimentos já estão organizando treinamentos para o quadro de funcionários, e, com auxílio do Sebrae, serão organizados cursos para treinar pessoas que queiram ingressar nesse mercado.

A Crocobeach, uma das maiores barracas da Praia do Futuro, já tem 243 profissionais em seu quadro (todos com carteira assinada), e prevê contratar mais 20 ou 30 esse ano; a barraca espera receber 200 mil clientes em janeiro. Na Atlantidz, outra grande barraca, a previsão é aumentar o quadro entre 25 e 30%; a contratação começa já em novembro, para que haja tempo de treinar os novos empregados.

Aos interessados em ir a Fortaleza na alta temporada, convém planejar com antecedência.

Ceará produz melhor camarão do mundo

outubro 9, 2009

O Sebrae divulgou há algum tempo nota afirmando que o Ceará produz o melhor camarão do mundo; e mais recentemente o Diário do Nordeste publicou em reportagem que “o Ceará está perto de se tornar o primeiro em todo o mundo a obter um selo de certificação de domínio controlado do cultivo de crustáceo.”

acarauEsse produto de alto qualidade é cultivado em 32 fazendas de criação de camarão, concentradas na região conhecida como Costa Negra, ao redor do município de Acaraú, no Litoral Oeste do Ceará, a aproximadamente 250 km da capital.

Todo o processo de produção foi auditado por uma empresa alemã, que emitirá um certificado atestando que as melhores práticas orgânicas (que garantem que o camarão fica livre de produtos tóxicos) e ambientais (que não agridem o meio ambiente) foram adotadas nas fazendas.

Esse atestado permitirá que o produto ganhe a preferência em diversos mercados, particularmente na Europa, o que por sua vez acarretará um acréscimo no preço; enquanto o camarão comum custa US$ 4,50 o kilo, o produto cearense atinge até US$ 6,30. A produção das fazendas é de nove mil toneladas por ano.

Atualmente, segundo o presidente da Associação Carcinicultores da Costa Negra, “cerca de 99% da produção fica no mercado interno, onde os maiores consumidores são Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo; o 1% exportado hoje é apenas para não perder mercado lá fora, pois com a valorização do Real ficou inviável exportar”. A produção, obviamente, abastece também diversos restaurantes do Nordeste; os restaurantes da Varjota certamente recebem esses camarões; no Recife, o restaurante Donatário (que tem filiais por todo o Nordeste) utiliza-se de camarões orgânicos.

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Em novembro próximo, Acaraú realizará o I Festival Internacional do Camarão da Costa Negra; a programação do evento inclui workshops, palestras, cursos, mesas redondas e festival gastronômico, contando com a participação de cinco dos maiores chefs de cozinha internacional. Os eventos serão realizados de 26 a 29 de novembro na Fazenda Cacimbas, sede da Aquacrusta Marinha Ltda, no município de Acaraú.

Veja também: lagosta em Icapuí; caranguejo em Natal; pratos típicos de Pernambuco.

Americanos em Fortaleza durante a Segunda Guerra Mundial

outubro 4, 2009

O Nordeste do Brasil teve papel importantíssimo no desenrolar da Segunda Guerra Mundial. Como toda a Europa Central estava tomada pela Alemanha ou seus simpatizantes, não havia um país que cedesse espaço para os aliados estabelecerem uma base.

Essas bases foram criadas no Nordeste do Brasil; os aliados enxergaram na proximidade do Nordeste com o Norte da África um importante elemento estratégico para vencer a guerra. O porto do Recife foi transportado em base para recepção de material aliado, que supriria submarinos americanos e alemães no Atlântico Sul. A História de Natal foi marcada pela presença americana durante a Segunda Guerra; primeiro foi utilizado o largo rio Potengi, que permitia o pouso de hidroaviões; posteriormente, construiu-se a base aérea de Parnamirim, que viria a ser o atual aeroporto de Natal. Mesmo em Noronha, os americanos deixaram traços de sua presença militar que até hoje estão visíveis.

Na edição de hoje, o Diário do Nordeste publica uma interessante reportagem sobre a influência dos americanos em Fortaleza durante a Segunda Guerra. Abaixo, alguns trechos:

A Segunda Guerra coincidiu com uma série de transformações por que Fortaleza passava nos anos 1940. A evolução do conhecimento tecnológico, os veículos em progressão, as mudanças no ordenamento urbano, o crescimento populacional. Em vinte anos, a população dobrou, passando de 78.536 habitantes, em 1920, para 180 mil, em 1940, segundo censos oficiais. No início do século XX a área da cidade não passava de 6 km2, e expandiu-se para 40 km2 no início dos anos 1940. As ruas passaram de 61 para 150 e o número de veículos, de 600, em 1929, para 1.287, em 1944 (ver sobre trânsito de Fortaleza hoje).

Ao mesmo tempo, Fortaleza se deparava com a chegada dos soldados norte-americanos. Como informa Antonio Luiz Macedo, autor do livro “Paisagens de Consumo – Fortaleza no Tempo da Segunda Grande Guerra”, estima-se que, entre 1943 e 1946, um total de 50 mil americanos tenham passado pela cidade.

Nas horas de lazer, iam para o Clube de Oficiais, local que hoje abriga o restaurante Estoril, na Praia de Iracema (foto abaixo). A orla do bairro, o Ceará Country Club, o Clube Iracema, praças, sorveterias e cinemas também eram espaços onde os americanos se distinguiam do típico cearense.

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Em Fortaleza, a primeira base montada pelos norte-americanos foi no atual Pici. Durante anos se falou que o nome do bairro se devia à sigla PC, que em inglês remetia a “Post of Comand” ou Posto de Comando. Entretanto, historiadores defendem que, na região, já havia um sítio de nome Pici e cuja parte foi cedida para formar o posto americano.

Há outros traços históricos menos controversos. Um deles está no Cemitério São João Batista, onde ainda se observam espaços reservados para jazigos de judeus mortos durante a guerra. Nos túmulos, estrelas de Davi emolduram discretamente nomes de famílias como Cohn, Kligmann, Schwarrz, Heymann e Goldschmidt. No mesmo  plano, no lado norte do cemitério, está o bloco dos ex-combatentes; apesar da infraestrutura modesta, o local é de destaque, rente à rua principal do cemitério. Naquela época, ingleses também foram sepultados em Fortaleza (ver também: influência inglesa no Recife).

Nessa época em que Fortaleza busca reaproximar-se dos Estados Unidos, dessa vez por meio do turismo, é interessante deixar registrado esse laço que une as duas culturas.

Festival da Lagosta em Icapuí

outubro 3, 2009

Icapuí é município litorâneo cearens no extremo leste do Estado, fazendo divisa com o Rio Grande do Norte; de Canoa Quebrada, partem buggies que fazem o roteiro entre aquela praia e Icapuí, passando por diversas outras praias paradisíacas, como Ponta Gorda.

Icapuí integra o Fórum de Turismo e Cultura do litoral leste e insere-no no roteiro turístico Rota das Falésias – Cenário de Cores.

mapa-icapuiIcapuí é um dos maiores produtores de lagosta do Ceará, a maior parte  delas caçadas de forma artesanal. De 2 a 4 de outubro, a cidade sediará o IV Festival da Lagosta de Icapuí. O Festival é uma promoção da Associação Grupo de Desenvolvimento do Turismo em Icapuí – GDTur, com o apoio do SEBRAE Ceará e da Prefeitura Municipal de Icapuí.

O Festival da Lagosta constitui-se em evento estratégico para Icapuí, com o propósito de agregar valor ao potencial turístico do município, promover o aumento do fluxo de turistas, divulgar a gastronomia e a cultura locais, gerando oportunidades de abertura de canais de comercialização dos produtos artesanais e incentivando o crescimento e profissionalização do segmento de turismo.

A programação do Festival prevê também cursos de capacitação e qualificação dos profissionais do setor de turismo e oficinas  de capacitação para os pescadores de lagosta; com alguns cuidados na manipulação e conservação da lagosta “in natura”, pode-se agregar valor ao produto e obter melhores preços de mercado.

Além disso, está prevista uma mesa redonda de discussão dos problemas referentes à pesca da lagosta; está prevista a participação do Labomar, Marinha do Brasil, IBAMA, Fundação Brasil Cidadão e associações locais de pescadores. Uma outra mesa redonda, com participação da MTur, Secretarias de Turismo do Ceará e de Icapuí,  GDTur e SEBRAE, discutirá o desenvolvimento sustentável do turismo no município.

O ponto alto do festival, evidentemente, será a degustação de lagostas, em salão-restaurante com música ao vivo, com diversos pratos à base do crustáceo. Uma mostra de arte, artesanato e fotografias será apresentada no mesmo local, expondo os saberes dos artesães de Icapuí e do fotógrafo Tibico Brasil.

Na Praia de Barreira das Sereias, shows musicais terão apresentações com chorinho e saxofone ao pôr do sol, concertos de sanfona e violão, música nordestina, forró pé de serra e apresentações de músicos locais.

Taí uma excelente combinação de praias, cultura e gastronomia. Se não der para vir esse ano, marque para o ano que vem. Abaixo, um filme mostrando a Praia de Icapuí.

Varjota, reduto culinário de Fortaleza

outubro 2, 2009

A Varjota é pequena, ocupa menos de 1km², mas reúne o maior número de bares e restaurantes de Fortaleza, contando quase cem estabelecimentos.

Varjota faz limites com bairros de maior apelo turístico, como Mucuripe e Meireles, com a Aldeota (reduto da classe média alta), e bairros populares como Vincente Pinzón e Papicu; o riacho Maceió corta a Varjota.

Antes de se tornar pólo gastronômico de Fortaleza, era uma vila de estivadores. Alguns dos primeiros restaurantes que existiram no local foram o Agulha Frita, Osias, Zé Luís, Garoto da Varjota.

Atualmente, o local está passando por fiscalizações da Prefeitura, e diversos estabelecimentos foram notificados sobre irregularidades, como ocupação indevida das calçadas, poluição sonora e visual. A Prefeitura, por outro lado, está investindo na iluminação pública, trânsito e limpeza urbana. O objetivo é consolidar a Varjota como Pólo de Gastronomia de Fortaleza.

Exibir mapa ampliado

O Restaurante “Docentes e Decentes“, por exemplo, tem mais de 20 anos, e há cerca de dois abriu filial na Varjota. Conhecido pelo feijão verde – o restaurante auto-intitula-se O Melhor Feijão Verde da Cidade, o estabelecimento ainda oferece uma decoração regional, que lembra uma vila de casas bastante colorida.

Já no Ban-Cha, a especialidade é a comida japonesa; do mesmo grupo que gerencia o Fogão a Lenha, serve ainda pratos da cozinha chinesa e brasileira. O sushi é o forte da casa, que trabalha com o Buffet no peso, incluindo sashimis, ou rodízio, com pratos quentes, robatas e sobremesas.

A pizzaria Coco Bambu combina uma decoração rústica a um espaço sofisticado. Além do diferencial da ambientação, inspirada nas florestas tropicais (com réplicas de araras, tucanos, papagaios e um piso de areia – que lembra a Cipó Brasil, em Natal), o espaço, que já tem oito anos de existência, tem ampliado a cada ano a oferta de pratos. Pizzas preparadas no forno à lenha com massa especial (finas e crocantes) ou a tradicional da casa (farinha de trigo e massa de milho); crepes; tapiocas tradicionais, doces ou salgadas; comida japonesa e internacional são algumas das novidades.

No bar e restaurante Beluga (a matriz fica no Rio), as batatas recheadas ao forno, conhecidas como rostie, com 15 opções de recheio, e a costela de porco defumada e assada com molho barbecue são as opções mais procuradas.

O restaurante Colher de Pau é um dos pioneiros da Varjota. Há 18 anos, a proprietária Ana Campos investiu no bairro;  carne de sol, peixe, camarão, arroz de carneiro são algumas das comidas apreciadas por gente de todas as idades, de acordo com a proprietária. Recentemente, o restaurante abriu uma filial no Itaim Bibi, em São Paulo.

Essa foi uma pequena amostra do potencial gastronômico da Varjota; leia mais sobre restaurantes em Fortaleza. Vale lembrar que a Varjota está em localização central, e portanto próxima a todos os setores turísticos de Fortaleza; uma corrida de táxi leva menos de dez minutos a partir do Meireles, e aproximadamente quinze minutos a partir de Iracema.