O centro de Fortaleza é um local frequentado tanto por turistas como pelos moradores da cidade; alguns locais centrais como o mercado de artesanato, a Praça do Ferreira e o Teatro José de Alencar recebem frequentes reformas e constam de todos os guias turísticos de Fortaleza.
Por isso, diversos fatos mencionados nessa reportagem do jornal O Povo sobre a falta de banheiros públicos nas praças de Fortaleza causam estranheza.
Primeiro, mas nem tanto, que moradores de rua e transeuntes utilizem espaços públicos como banheiro; necessidades fisiológicas, falta de locais apropriados, falta de educação e falta de fiscalização explicam a situação.
Depois, o diagnóstico da administradora do Centro: “Não temos problema de limpeza. O problema é que as pessoas utilizam mal.” Então não há problema de limpeza? E para quem não “utiliza mal” e mesmo assim é obrigado a passar pelas praças (ou é convidado a passar por elas, como os turistas)?
E por fim, a solução imaginada a longo prazo: construir banheiros públicos, com cobrança de taxa de utilização, mas isentando moradores de rua. Experiências passadas mostram que, semanas após a festiva inauguração, esses locais ficam abandonados e deterioram-se rapidamente, transformando-se em abrigos de marginais.
A melhor solução é justamente aquela que se imagina ser “paliativa, para o curto prazo”: utilização de banheiros químicos, gratuitos, que sejam limpos periodicamente.
De outro modo, não será surpresa se o centro de Fortaleza ficar abandonado aos finais de semana, quando o comércio não abre; isso já se observa nas áreas centrais de Recife, Natal e João Pessoa.